Carlos Emiliano Eleutério

CARLOS EMILIANOELEUTERIO • June 20, 2023

Pesquisas sobre a Fusão Nuclear começam a ganhar força no Brasil


Pesquisadores buscam o envolvimento progressivo do setor privado nacional para que este absorva e domine as tecnologias associadas ao desenvolvimento da fusão nuclear


Destaque entre os debates realizados durante o 1º Seminário sobre Múltiplas Aplicações da Energia Nuclear e das Radiações, ocorrido no último dia 15/06, no Rio de Janeiro, a Fusão Nuclear começa a virar realidade no Brasil, através do Programa Nacional de Fusão Nuclear, que agora busca a parceria do setor privado que, seguramente, será um dos segmentos que mais poderá se beneficiar do desenvolvimento da tecnologia.

O debate sobre o tema durante o Seminário reuniu o professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (Ifusp) e coordenador do projeto de modernização do reator tokamak TCABR da USP, Gustavo Paganini Canal, e os representantes do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT)

Ari Nelson Rodrigues Costa e Alessandro de Oliveira Santos.


Durante sua apresentação, dividida pelos desenvolvimentos da fusão nuclear no mundo e no Brasil e pela exploração das tecnologias associadas ao desenvolvimento da fusão, o professor Gustavo Canal explicou as ações fundamentais para a implementação do Programa Nacional de Fusão Nuclear (PNFN). “Implantação de um laboratório de porte nacional que concentre e coordene esforços que levem ao desenvolvimento da fusão nuclear no País, formação de recursos humanos através de participação de grupos de pesquisa nacionais atuantes na área de fusão nuclear e envolvimento progressivo do setor privado nacional para que este absorva e domine as tecnologias associadas ao desenvolvimento da fusão nuclear”, frisou.


O objetivo do PNFN, destacou o pesquisador, é definir diretrizes e ações de curto, médio e longo prazo que criem no País as condições necessárias para incluir a fusão nuclear em nossa matriz energética, caso a fonte venha a se mostrar atrativa no futuro.


Ainda segundo ele, o tokamak brasileiro TCABR, em processo de modernização por meio de um sistema inovador de bobinas magnéticas para controle de instabilidades de plasma, deverá ser a primeira máquina do Laboratório de Fusão Nuclear (LFN), a qual propiciará a realização de todas as provas de conceito necessárias para projetar o primeiro reator de fusão nuclear do País. Além disso, o reator TCABR poderá ser a segunda máquina no planeta a produzir plasma em qualquer forma.


O professor Gustavo Canal também salientou que o desenvolvimento de supercondutores de alta temperatura viabilizará o domínio da fusão nuclear em escala comercial, pois a chamada “rota acelerada” permite reduções de tamanho e custo de reatores a fusão.

Spin-offs tecnológicos.


No entendimento do coordenador do projeto de modernização do reator tokamak TCABR, a pesquisa em fusão nuclear propiciará o desenvolvimento de bobinas supercondutoras para o Brasil, beneficiando indústria e comércio, usinas eólicas (geração e distribuição de energia), motores navais (aplicações na indústria naval e Defesa) e equipamentos de ressonância magnética nuclear (aplicação na saúde).


Já o desenvolvimento de fontes de alta potência e de alto desempenho é de grande interesse nos setores de transporte (motores para tração metroviária), geração de energia (excitatrizes de geradores elétricos) e de geração de energia / indústria / comércio (tochas de plasma). Por fim, em sua visão, o desenvolvimento de materiais resistentes a altas temperaturas e altos fluxos de calor também atrai grande interesse nas áreas aeroespacial, de fissão nuclear, alto-fornos etc.


Tokamaks no País


Além do TCABR, acrônimo de Tokamak à Chauffage Alfvén Brésilien, que é operado pelo Laboratório de Física de Plasmas (LFP) do Ifusp, existem outros dois tokamaks em atuação no Brasil: o Experimento Tokamak Esférico (ETE), operado pelo antigo Laboratório Associado de Plasma (LAP) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e o NOVA-Ufes, operado pelo Laboratório de Plasma Térmico (LPT) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

entre outros temas da agenda, o Seminário colou em debate também o uso da tecnologia nuclear na medicina e a cultura da segurança no setor nuclear, entre outros, como a aplicação da tecnologia na agricultura, defesa, através do submarino nuclear, indústria do petróleo e outros usos.


+ Proposta de Programa Nacional de Fusão Nuclear (fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear – Cnen)
+ Notícias sobre fusão

Foto: Da esquerda para a direita – Gustavo Paganini Canal, professor do Ifusp e coordenador do projeto de modernização do reator tokamak TCABR da USP; moderador Ari Nelson Rodrigues Costa, do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT); e professor Alessandro de Oliveira Santos, também do IMT / Crédito: Bernardo Andrade

Fonte: Site ABEN

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O Brasil ocupa a 20ª posição no ranking global da ISO (International Organization for Standardization) em certificados de sistemas de gestão e economia de energia, a ISO50001. É o que mostra a mais recente pesquisa divulgada pela entidade, a ISO Survey 2020. No país, 116 empresas e instituições têm a ISO50001. A posição do Brasil na pesquisa global não é muito animadora, segundo avaliação do coordenador do Comitê Brasileiro de Gestão e Economia (ABNT/CB116), Alberto J. Fossa. “Num país com perspectivas de enfrentamento de uma crise energética, é decepcionante o avanço que o Brasil teve desde 2011, quando a norma ISO50001 foi publicada”, disse Fossa. No ranking global, o Brasil está empatado com a Irlanda. A Alemanha é o país com o maior número de certificados: 6436. Outros países do bloco europeu, como Reino Unido, Itália, França e Espanha, também estão nas primeiras posições do ranking.Olhando para os países integrantes do BRICS - grupo de países de mercados emergentes em relação ao seu desenvolvimento econômico-, o Brasil só perde para a África do Sul, que ocupa a 61ª. A China está em 2º lugar no ranking global, com 3.748 certificados, a Índia está em 6º e a Rússia em 18º. Potencial é grande O assunto está no centro dos debates do VI Seminário Nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética que a CASA VIVA vai realizar no próximo dia 25 de novembro, em modo online. O objetivo é debater tecnologias, soluções e experiências que possibilitem o uso mais racional da energia disponível, além do papel reservado às novas fontes renováveis e limpas na matriz energética do País. Aumentar a eficiência energética é hoje tão importante quanto criar novas fontes de geração, e o Brasil precisa ser mais agressivo com esta política, especialmente neste momento de crise hídrica e energética. “Ainda há muito espaço para avançarmos quando o tema é implantação de sistema de gestão de energia. Muitos países do Leste Europeu, com economias bem menores que a brasileira, como Bulgária, República Checa, Croácia e Hungria, estão se saindo melhor que nós. Isso sem levar em consideração o potencial de indústrias e organizações a serem certificadas, dado o tamanho e importância econômica do Brasil”, afirmou Fossa. A pesquisa feita pela ISO, a Survey 2020, mostra uma estimativa do número de certificações válidas em 31 de dezembro de 2020 e inclui 12 tipos de certificações ISO. A ISO50001 é a quinta maior em número de certificados emitidos, com 45.092 certificações. A ISO9001 é a líder, com 1.299.837 certificados em todo o mundo, seguida da ISO14.001, com 568.798. As Inscrições para o VI Seminário Nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética estão abertas em www.eventoscasaviva.com.br Mais informações podem ser obtidas no Site e através do e-mail energiasrenovaveis021@gmail.com e contato@eventoscasaviva.com.br. E também pelos telefones(21) 33013208 / 99699-1954 Fonte: Procel Info Com informações da Abrinstal
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